"Desenganemo-nos da esperança, porque trai,
do amor, porque cansa,
da vida, porque farta, e não sacia,
e até da morte, porque traz mais do que se quer e menos do que se espera.
Desenganemo-nos, ó Velada, do nosso próprio tédio, porque se envelhece de si próprio e não ousa ser toda a angústia que é.
Não choremos, não odiemos, não desejemos.
Cubramos, ó silenciosa, com um lençol de linho fino o perfil hirto da nossa Imperfeição."
[Fernando Pessoa - o eu profundo e outros eus]
[Fernando Pessoa - o eu profundo e outros eus]
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