sábado, 25 de abril de 2009

da mágica

"olha, sabe duma coisa que eu aprendi? o segredo do belo está aqui, oh. na sua cuca, no seu olho que realmente vê, dentro de você. se você souber olhar as coisas dum jeito mágico, tudo fica mais bonito."

caio fernando abreu.

o que é belo pra mim pode nào ser pra você.
melhor assim.

Da felicidade II

"o Dito dizia que o certo era a gente estar sempre brabo de alegre, alegre por dentro, mesmo com tudo de ruim que acontecesse, alegre nas profundezas. Podia? Alegre era a gente viver devagarinho, muidinho, não se importando demais com coisa nenhuma."

[Guimarães Rosa]

terça-feira, 21 de abril de 2009

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"Geralmente, a quem me pergunta a razão das minhas viagens, respondo que sei muito bem do que estou fugindo, mas não o que estou procurando."

[Michel de Montaigne]
"algumas pessoas eu revi, outras nunca mais...
...mas não passa um dia sem que meu coração as ache."

sábado, 18 de abril de 2009

Da prece

"Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços o meu pecado de pensar."

Clarice Lispector

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Preciso me encontrar

"Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar...

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver...

Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar..."

[cartola]

Basicamente é o que tô querendo fazer da vida no momento.
Preciso sair do Caos.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Do Léo ou ao Léu

...A vida, sem nome, sem memória, estava sozinha. Tinha mãos, mas não tinha em quem tocar. Tinha boca, mas não tinha com quem falar. A vida era uma, e sendo uma era nenhuma.

Então o desejo disparou sua flecha. E a flecha do desejo partiu a vida pela metade, e a vida tornou-se duas.

As duas metades se encontraram e riram. Ao se ver, riam; e ao se tocar, também...

[Eduardo Galeano, "De desejo somos"]

Gracinha.
Tesão.
Ui.
hahaha...

Mudou meus conceitos.

ai ai... menino lindo.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Daquela coisa

[O vício é a marca de toda história de amor baseada na obscessão.

Tudo começa quando o objeto de sua adoração lhe dá uma dose generosa, alucinante de algo que você nunca ousou admitir que queria - um explosivo coquetel emocional, talvez, feito de amor estrondoso e louca excitação. Logo, você começa a precisar dessa atenção intensa com a obscessão faminta de qualquer viciado. Quando a droga é retirada, você imediatamente adoece, louco e em crise de abstinência (sem falar no ressentimento para com o traficante que incentivou você a adquirir seu vício, mas que agora se recusa a descolar o bagulho bom - apesar de você saber que ele tem algum escondido em algum lugar, caramba, porque ele antes de dava de graça.)

O estágio seguinte é você esquelética e tremendo em um canto, sabendo apenas que venderia sua alma e roubaria seus vizinhos só pra ter aquela coisa mais uma vez que fosse.

Enquanto isso, o objeto da sua adoração agora sente repulsa de você. Ele olha para você como se você fosse alguém que ele nunca viu antes, muito menos alguém que um dia amou com grande paixão. A ironia é que você não pode culpá-lo. Quero dizer, olhe bem pra você. Você está um caco, irreconhecível aos seus próprios olhos.

Então é isso. Você agora chegou ao ponto final da obscessão amorosa - a completa e implacável desvalorização de si mesma.

Patético.
Mas real.]

Da depressão

[O que está na raiz de todo esse desespero?

Seria psicológico? (culpa de mamãe e papai?)

Seria apenas temporário, um "período difícil" da minha vida?

Seria genético? (A Melancolia, chamada de muitos nomes, aflige minha família há gerações)

Seria cultural? (Será que isso é apenas a ressaca de uma pós-feminista que trabalha tentando encontrar o equlíbrio em um mundo urbano cada vez mais estressante e alienante?)

Seria astrológico? (Será que estou tão triste porque sou uma escorpiana sensível e sentimentalista?)

Seria artístico? (As pessoas criativas não sofrem sempre de depressão por serem ultra-sensíveis e "especiais"?)

Seria evolucionário? (Será que carrego comigo o pânico residual que vem de milênios de tentativas da minha espécie de sobreviver em um mundo brutal?)

Seria cármico? (Será que esses espasmos de tristeza são apenas consequências de um mau comportamento em vidas passadas, os últimos obstáculos antes da libertação?)

Seria hormonal?

Nutricional?

Filosófico?

Sazonal?

Ambiental?

Será que eu estou experimentando uma ânsia universal por Deus?

Será que estou com um desequilíbrio químico?

Ou será que eu simplesmente preciso transar?

Que quantidade incrível de fatores constitui um único ser humano!

Em quantas camadas nós funcionamos, e que quantidade de influências recebemos de nossas mentes, corpos, histórias, famílias, cidades, almas e almoços!]

I don't belong here.

Em mim nada está como é.
Tudo é um tremendo esforço de ser...


Secos & Molhados

segunda-feira, 13 de abril de 2009

da insensatez (ou burrice)

"E o insensato quer tormenta
Como se nela houvesse paz."

[Liérmontov]

domingo, 12 de abril de 2009

da morte

Silêncio.
Preciso morrer.
Já morri algumas vezes, há tempos que não.
Às vezes é preciso, é preciso morrer para viver.

[Clarice Lispector]

do não-resolvido.

...tesão se resolve é na cama, não emprestando livro nem apresentando droga, anote, aprenda, mas agora è troppo tarde, tudo já passou e minha vida não passa de um ontem não resolvido, bom isso. E idiota. E inútil.

[caio fernando abreu]

sábado, 11 de abril de 2009

Do sonho

Carrego o peso da lua,
Três paixões mal curadas,
Um saara de páginas,
Essa infinita madrugada.

Viver de noite
me fez senhor do fogo
A vocês eu deixo o sono.
O sonho, não.

Esse, eu mesmo carrego.

[p. leminski]

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Essa moça tá diferente

Essa moça tá diferente
Já não me conhece mais
Está pra lá de pra frente
Está me passando pra trás

Essa moça tá decidida
A se supermodernizar
Ela só samba escondida
Que é pra ninguém reparar

Eu cultivo rosas e rimas
Achando que é muito bom
Ela me olha de cima
E vai desinventar o som

Faço-lhe um concerto de flauta
E não lhe desperto emoção
Ela quer ver o astronauta
Descer na televisão

Mas o tempo vai
Mas o tempo vem
Ela me desfaz
Mas o que é que tem
Que ela só me guarda despeito
Que ela só me guarda desdém

Mas o tempo vai
Mas o tempo vem
Ela me desfaz
Mas o que é que tem
Se do lado esquerdo do peito
No fundo, ela ainda me quer bem

Essa moça é a tal da janela
Que eu me cansei de cantar
E agora está só na dela
Botando só pra quebrar

[Chico Buarque]

terça-feira, 7 de abril de 2009

Pessoa: eu, tu, nós.

Coisa que acaba. Troço que tem fim. Sujeito. Que não dura, que se extingue. Míngua. Negócio finito, que finda. Festa que termina. Coisa que passa, se apaga, fina. Pessoa. Troço que definha. Que será cinzas. Que o chão devora. Fogo que o vento assopra. Bolha que estoura. Sujeito. Líquido que evapora. Lixo que se joga fora. Coisa que não sobra, soçobra, vai embora. Que nada fixa. A foto amarela o filme queima embolora a memória falha o papel se rasga se perde não se repete. Pessoa. Pedaço de perda. Coisa que cessa, fenece, apodrece. Fome que sacia. Negócio que some, que se consome. Sujeito. Água que o sol seca, que a terra bebe. Algo que morre, falece, desaparece. Cara, bicho, objeto. Nome que se esquece.

[Arnaldo Antunes]

domingo, 5 de abril de 2009

eu, "boba alegre"

E não será a maturidade, a coragem de viver sucessivas aprendizagens que não nos podem destruir?

[Nélida Piñon]

sábado, 4 de abril de 2009

I will stop.

I will stop, I will stop at nothing.
Say the right things when electioneering
I trust I can rely on your vote.

When I go forwards you go backwards
and somewhere we will meet.

[electioneering - radiohead]

I do

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Do samba

ai, ai...

que noite memorável.

meio maquiavélica, mas imprescindível.

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e olha que eu nem gostava de loiros. hahahahahaha...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

tired. so. tired.

Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

[C.D.A.]