domingo, 13 de dezembro de 2015

Da exposição

Não procure evidência pessoal.
Reflita que, quanto mais exposto à visão alheia, mais se tornará alvo de ciúme e inveja.
As vibrações negativas, mesmo que não lhe façam mal, positivamente, poderão cansá-lo, no trabalho de defender-se.

Procure agir discretamente, embora com firmeza, deixando que os vaidosos e vazios se exponham numa evidência de que você, certamente, não necessita para brilhar.

O vidro comum brilha muito ao sol, mas o brilho do ouro está escondido no cofre: nem por isso valerá menos que o vidro.

Seja sóbrio e natural. 
O artificialismo distorce e causa fadigas inúteis. A sobriedade repousa o espírito e o corpo.

Quem pouco tem é que procura mostrar mais do que possui.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Da minha ilusão


Da brevidade

‎"Que foi isso, de repente? Nada; dez anos se passaram. Não diga! Se somaram? Se perderam? Algumas relações se aprofundaram? Se esgarçaram? Onde estávamos? Onde estamos? E...aonde vamos? O tempo, em lugar nenhum e em silencio, passa. É inegável - todos temos mais dez anos agora (...) Tudo nos aconteceu. Amamos, disso temos certeza. E fomos amados - onde encontrar a certeza? Avançamos aqui materialmente, ali não, nos realizamos neste ponto, em outros queríamos mais, algumas coisas tivemos mais do que pretendíamos ou merecíamos - mas isso é difícil de reconhecer. Perdemos alguém - " viver é perder amigos". No meio do feio e do amargo, no tumulto e no desgaste, tivemos mil diminutos de felicidade, no ar, no olhar, na palavra de afeto inesperado, que sei? Espera, eu sei. É a única lição que tenho a dar; a vida é pequena, breve e perto. Muito perto - é preciso estar atento"

[Millôr Fernandes]

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

História da minha vida

Mentre rimandiamo, la vita passa.

Seneca

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Do movimento


"Já escrevi muitas vezes sobre você, algumas de forma desesperada, outras com todo o amor que eu já senti e outras me sentindo a mais triste das pessoas. Hoje, é um sentimento estranho, que não sei definir exatamente, mas que é bom, porque não penso, nem sinto mais como se o mundo fosse acabar por não estarmos juntos.(...) Mas sei que o que sou hoje, tem muito do que eu me vi contigo. Eu te amei, depois te odiei, te amei de novo, te odiei de novo, voltei a amar, voltei a odiar. Círculo vicioso. 
 (...)
Quase dez anos desde a primeira vez que nos falamos. A intensidade das coisas que vivi nos últimos anos foi maior, porque foi o início do processo de deixar de amar você. Conheci pessoas. Reencontrei pessoas. Realizei planos. Outras bandas listaram meus favoritos. Dei passos largos. Visitei lugares. Conheci uma verdadeira história de amor. Respirei. Caminhei sozinha por ruas desconhecidas. Me apaixonei. Novos filmes falaram comigo. Fiz planos. 
Já não dói escutar nossas músicas. Tem muita coisa que não mais.
Para estar livre é preciso movimento. Sento à mesa de um bar e não te procuro mais em mim. 
Longe da mente, longe do coração."

Modificado de "Sobre as verdades - Patrícia Midori Sawamura"

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Da flecha

"Até quando terás, minha alma, esta doçura,
este dom de sofrer, este poder de amar,
a força de estar sempre - insegura - segura
como a flecha que segue a trajetória obscura,
fiel ao seu movimento, exata em seu lugar..."

[Cecília Meireles]

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Das perguntas

Por que eu assusto as pessoas? Será que a minha fragilidade assusta ou é a imagem do exoesqueleto indestrutível que a cobre?

Por que não falar a verdade, depois que já se sabe de tudo? O orgulho é mais importante que a felicidade?

Entendo que as situações se repetem na vida da gente para aprendermos algo, e agirmos diferente quando acontece de novo. Eu mudei. Eu aprendi. Minhas atitudes foram diferentes. Mas por que os resultados continuam os mesmos?

Por que as coisas são sempre tão difíceis? Por que não ser tudo simples como deveria ser? Será que eu sou atraída por esse tipo de situação? Vai ser assim até quando?

Será que eu estou destinada a permanecer sozinha assim hoje e sempre?