terça-feira, 28 de maio de 2013

Dos caminhos

"Abro caminhos sem saber sobre sua serventia futura. Ligará o quê ao quê? 
Afluentes avulsos se encontram nas vias paralelas, comentam, falam de mim pelas perpendiculares. 
Abro caminhos sem saber quando estou asfaltando antigas estradas ou inventando novos chãos. 
Não pergunto, sigo, faço, ímpeto. Não é sempre assim. 
Abro caminhos sem saber da minha própria direção, porque minha sina está desamparada. 
Tudo é lazer, tudo é trabalho. 

Abro caminhos sem saber. 
A verve transborda nessas temporadas cheias de ausência do amor. 
Quando vier, teremos muito espaço para se perder, penso. Bobagem, e de bobagens também se compõe caminhos consistentes. 

Não há preparo. 
Existe só o ímpeto, um corpo atormentado que descobriu seu jeito de existir. 
Uns se recolhem, as vezes adoecem, esperam novas colheitas como se a entre-safra afetiva fosse um inverno. 
Eu não trabalho na perspectiva das estações. 
Nada me garante que haverá sequer um outono. 
O meu corpo é o caminho mais longo que já abri. 
A perspectiva é o asfalto dos pragmáticos. 
Eu, sigo no chão da minha introspectiva."
[Vitor Freire]

terça-feira, 14 de maio de 2013

Do sapato

"No tempo da vida.
Um quarto para nada...
Os doze murmúrios 
De uma badalada.
A noite, soberba,
vestida de estrelas.
Sapato de tango.
Sempre, sempre
A dançar."

[filipa vera jardim]

sábado, 11 de maio de 2013

Do agora

Se ela dança, eu danço.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Do credo


"Não, meu senhor,
eu não quero a verdade.
Quero apenas algo para acreditar
Te digo, na sinceridade,
meu samba é sem respostas
minha dor sem vaidade
e se esconde em qualquer idade
Quero apenas algo para acreditar
Uma frase alugada, melodia de mão-beijada
Alguma coisa que eu não consiga duvidar.

Não, meu senhor,
eu não quero a verdade.
Quero apenas algo para acreditar
De novo alguma coisa que meu coração não consiga duvidar."

[vitor freire]


domingo, 5 de maio de 2013

I aint got nothing but love, baby.. Eight days a week.

sábado, 4 de maio de 2013

A meia verdade é uma mentira inteira.

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Quando se tem muito a dizer, é hora de falar pouco.

.

Eu nunca desisto do que ainda não existe.

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Essa não era a vida que ela esperava. Demorou um bom tempo pra perceber que esse foi o problema: ela ficou esperando.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Do calar

"Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.
Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.

Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.
Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto."


[Pablo Neruda]