quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

"Eu achava que não precisava de ninguém, depois de tantos tombos e feridas acho que me fechei para esse tal do amor. Na verdade, depois de tantos fracassos, acho que preciso de alguém que tenha paciência comigo, que entenda as minhas feridas e a parede que criei em meu coração. Alguém que veja os meus bloqueios como algo que possa ser destruído, que não entendesse as minhas grosserias e falta de romantismo como falta de sentimento, mas como medo. Medo de me machucar, de novo.
Eu só preciso de alguém que se preocupe com os meus problemas não a ponto de resolvê-los, mas que se importe com a minha dor. Que ao olhar para o meu passado e a minha história entenda o porquê de tantas barreiras. Eu só preciso de alguém que me abrace bem forte como quem diz: “Eu te protejo”. Alguém que faça dos meus domingos tediosos mais alegres e que torne um filme dublado engraçado e divertido. Alguém que me mande um verso bonito que leu num livro qualquer. Alguém que ao me conhecer enxergue o melhor de mim, sentindo saudade quando eu tiver que partir.
A verdade é que eu almejo por alguém que entenda o meu medo de se apaixonar novamente, mas que faça com que eu me apaixone num piscar de olhos, daqueles sentimentos que quando a gente vê, já foi. Uma companhia boa daquelas que o tempo voa quando a gente está perto. Alguém que adore o fato de ficar deitado comigo, olhando pro céu, para estrelas ou para a parede velha do meu quarto, planejando um futuro mesmo que distante. 
Eu só preciso de alguém para compartilhar os meus segredos, contar como foi o meu dia e que não ache os meus sonhos uma bobagem. Como eu queria alguém que se orgulhe de mim, que vibre com as minhas vitórias e que adore brincar com o meu cachorro. Eu só preciso de alguma forma saber que alguém não irá desistir de mim na primeira dificuldade, na primeira briga ou me abandonar no primeiro problema. Eu só preciso de alguém que tropece nesse tal de amor, que esbarre em mim e me abrace como quem diz: “Esse foi o melhor tropeço da minha vida”.
Eu preciso de alguém que faça eu me arriscar e que me dê coragem para tentar o novo. Na realidade, eu só preciso de alguém que me faça entender o porquê de nunca ter dado certo com ninguém antes. Depois de tantas dores e de quase desacreditar do amor, só espero por alguém que ao invés de espinhos, traga flores."
[Thamilly Rozendo]

domingo, 13 de novembro de 2016


Chega de promessas que jamais vão se cumprir. 
Chega de fazer força para esquecer. 
Chega de lembrar do que faz doer. 
Chega de se culpar. 
Chega de acumular sofrimentos. 
Chega de não conseguir se perdoar. 
Chega de procurar sarna para se coçar. 
Chega de gostar de quem não dá a mínima para você. 
Chega de se esconder da vida. 
Chega de falsas amizades. 
Chega de gente efusiva. 
Chega de quem pensa que você é obrigado a ouvir. 
Chega de se boicotoar. 
Chega de não pegar a força de vontade pela mão. 
Chega de deixar a vida passar por você. 
Chega.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

É preciso saber o que se quer para evitar esse seu sentimento de busca insaciável que só traz uma insatisfação contínua, baby...

Espero que você chegue ao ponto de se conhecer o suficiente para que este dia chegue.

E que quando ele chegar, não seja tarde demais.

Seja feliz.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A imbecilidade never ends.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Wasted

Holding back the yearsThinking of the fear I've had so longWhen somebody hearsListen to the fear that's goneGet to meet him sooner or laterI'll keep holding onHolding back the yearsHolding back the tears
Cause nothing here has grownI've wasted all my tearsWasted all those yearsAnd nothing had the chance to be goodNothing ever couldI'll keep holding onI'll keep holding onI'll keep holding onI'll keep holding onThat's all I have todayThat's all I have to say 

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

I did all that I could

You got locked in yourself
And I don’t know what to do
There were dreams in my eyes
That now don’t shine through

Is it possibly true that motions
Get lost on you?
But you never grow up
You never did see
That their (bitches) worlds coming down
and crashing right upon on me
Was creating a bruise that is almost impossible to heal
(and they knows it, and it was what they always wanted) 
And everyone knows
That if after all this time
you never tried or attacked
you'll never go back
Cause you never did see
That all I ever wanted was
To see you happy
with or without me 
And I see now what makes you happy, and definitely doesnt include me.
So forget me
I’ll forget you later
Even not being what my hearts wants to
It's all I can do now

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Do mundo


No primeiro mês pensei em me matar. 
No segundo, em virar freira. 
No terceiro, em beber até cair. 
No quarto, pensei em escrever uma carta para ele. (Email enviado)
No quinto, comecei a pensar na Europa e no sexto comecei a sonhar com novas viagens por outros cantos do mundo. 

Em seis dias Deus fez o mundo e em seis meses eu refiz o meu.

[Machado de Assis - modificado]

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Da Maria

Foi numa tarde em que Maria foi encontrá-lo na praça. 
O dia estava frio e lindo e não tinha por que não estar. 
Eles eram diferentes e todo mundo dizia que um completava o outro. Todo mundo não, porque quase ninguém sabia deles. 
Maria o amava, ele se deixava amar. E com eles era assim.

Ela tinha bom gosto pra música, livros e cinema. Falava três línguas. 
E precisava dele para se sentir viva.

Mas naquela tarde de novembro, Maria ficou imaginando como seria se não fosse daquele jeito. Enquanto ele quase a amava, ela descobriu que tinha um mundo pra entender e, pra saber das coisas, não mais podia ficar parada esperando ser quase amada. Quem ama sabe o que sente. 

O garoto parou de olhar pra rua e olhou pra ela, mas ela não estava mais lá. 
Maria pensou que morreria, mas não morreu. Aconteceu.

Acontece sempre, com todo mundo, o tempo todo. 
Foi triste como tinha que ser e depois passou, como tudo passa.

Maria lembrou disso milênios depois. Ela lembrou porque, se tivesse sido diferente, doeria igual.
Ele ficou lá atrás. Maria saiu voando, com a certeza de ter amado.
"Quando estamos diante de uma possibilidade de relacionamento sempre nos perguntamos se a pessoa em questão é a melhor para nós. Inicialmente pensamos nas afinidades, nas características em comum que nos garantiriam que a relação funcionaria bem. Consideramos também o que o outro tem para nos oferecer, no que se pode ganhar e aprender. Por fim, lembramos de nós mesmos, dos nossos gostos, da nossa maneira de ser, do que podemos dar para quem está conosco. Usamos uma lógica que se pauta no levantamentos dos pontos de similaridade e de diferença, percebendo como diferenças positivas aquilo que um poderia trocar com o outro enquanto juntos. Nesse projeto, os dois, com o tempo, encontrariam cada vez mais sintonia, estariam cada vez mais próximos.
Ela é arquiteta em início de carreira, eu sou um advogado experiente. Ele é de peixes, eu sou de capricórnio. Ela fala quatro línguas, eu mal português. Ela tem duas filhas pequenas, eu gosto de sair na balada. Ele gosta de acordar tarde, eu também. Ela é sonhadora, eu sou mais pé no chão. Ele é baiano e eu gosto de gente alegre. Nessa matemática, cruzamos as várias informações para no final darmos o veredicto sobre quem seria a pessoa correta a escolher. A idéia é encontrar aquele que melhor se encaixaria em mim, aquela que mais me faria feliz. Um ideal de complemento.
O problema é que muitas vezes, na prática, o coração não segue o nosso bom cálculo e insistimos em gostar da pessoa errada: ela não tem nada a ver comigo, mas é ela que eu amo. A escolha afetiva, ao contrário da racional, aparenta guiar-se por uma atração pela encrenca, por aquilo que se mostra difícil de conquistar.
Mais que qualquer característica ou traço pessoal, o que nos atrai parece ser a dificuldade. Mesmo as condições que gostamos de apontar como responsáveis por sermos queridos não passam de sinalizadores de alguém cuja conquista se mostra árdua: quanto mais bonita, mas rico, mas charmoso ou mais sábia, maior é a concorrência, maior a chance de não termos tal pessoa. Ser atraente é estar marcado por uma possibilidade de perda.
Se parecemos muitas vezes buscar certas características nas pessoas que gostamos, é porque elas sinalizam para nós justamente algo que nos escapa, algo que supomos ter perdido.
Se, por acaso, encontramos alguém que tem uma certa condição que nos atrai e essa pessoa, com o tempo, se mostrar apaixonada, totalmente entregue a nós, a marca que nos seduzia perde o seu valor, o seu encanto. Por exemplo, uma mulher pode se interessar por um cara e lhe dizer: nossa, você é goiano, loiro e de gêmeos! Você é a pessoa certa para mim. O rapaz pode ficar feliz com isto. Se ele for estudante de psicanálise pode ficar ainda mais contente ao descobrir que as características citadas pela moça são as mesmas do pai dela. Aí ele se convence de que ela realmente gosta de homens geminianos, loiros e goianos, e, como ele porta tais sinais, é a melhor pessoa para ela. Aí ele dança. Corre o risco de ser inexplicavelmente trocado por um pernambucano moreno e de escorpião.
Ao dizer eu sou o seu homem, a semelhança com o pai da moça desaparece. O pai indica uma perda, um amor proibido, uma promessa nunca alcançada de felicidade. Ao responder sim ao apelo amoroso, loiro, goiano ou geminiano deixaram de ser sinais do pai.
Em relação às expectativas amorosas, estamos sempre queixando: ou nos falta amor e somos desprezados ou temos amor demais e somos sufocados. Se nos amamos mutuamente, obstáculos ou rivais nos impedem de concretizar a relação. O resultado pode ser um constante desencontro: gosto de quem não gosta de mim ou de alguém que não posso ter. Mas seguimos alimentando esperanças: no fundo ela gosta de mim, mas não tem coragem de reconhecer. Deus ou o destino vai dar um jeito de trazer o meu amor para perto de mim. O problema é que quando, por acaso, recebemos um sim da pessoa desejada, logo nos decepcionamos, perdemos o interesse, a paixão se cala: não era bem ela que eu queria. Agora que conheço ele melhor, vejo que não tem nada a ver comigo.
Inventamos as mais furadas desculpas para justificar o nosso desinteresse afetivo. Qualquer defeito se transforma numa prova definitiva do mau caráter e da incompatibilidade do outro. Como conseqüência dessa insatisfação permanente, nos meios sociais mais tradicionais, naqueles em que ainda valem os compromissos de se casar e se constituir família, encontramos cônjuges que não se sentem atraídos um pelo outro e constantes pulos de cerca, tanto dos maridos quanto das esposas. Nos círculos em que os compromissos sociais são menos imperativos, encontramos uma troca freqüentes de parceiros. A atração e o encanto podem durar apenas o tempo de um baile, uma balada ou uma noitada.
Estar satisfeito com o amor que se encontra parece ser muito raro. Enquanto esperamos um amor de complemento, ficamos sempre insatisfeitos. É impossível alguém que nos satisfaça totalmente, alguém que nos complete. A única forma de acreditarmos nisto é nunca alcançando o ideal pretendido. Damos sempre um jeito da coisa dar errado. Parece que o importante não é encontrar o amor, mas manter a máquina que nos faz acreditar que um dia poderemos encontrar um amor final, um sentido último para as nossas vidas. Qualquer coisa que ameace o funcionamento desse aparelho de sentido ilusório deve ser eliminada de nosso horizonte. Defendemos com unhas e dentes a nossa ilusão, o nosso engano, as nossas mentiras: é melhor não saber disso.
Mas teríamos outra alternativa? Como manter o amor por alguém se o que sustenta a paixão é a dificuldade, a distância, a eterna marca de algo que se perdeu?
Para dar essa difícil resposta talvez devêssemos pensar que nossa dor é mais profunda. Não se trata de recuperar algo que se perdeu ou de ganhar algo que nos falta, mas perceber o amor como um encontro com aquilo que nunca tivemos nem nunca teremos, aquilo que nos é impossível, aquilo que faz da vida e do outro um mistério absurdo e inalcançável. Só essa sombra permite o encanto, a paixão.
Uma tarefa árdua. Estamos acostumados a ver e a medir as pessoas à nossa volta pela sua imagem, pela sua aparência, por aquilo que elas nos teriam para nos completar, por aquilo que seria claro e racional. Ela é rica, ele é alto, ela é medrosa, ele é sem-vergonha, ela é interesseira: como anulamos imediatamente o amor ao tentarmos, o tempo todo, enquadrar a pessoa desejada dentro de uma determinada categoria. Quanto as psicologias nos ajudam nesse vício com as suas classificações e receitas.
Parece que morremos de medo de amar. Amar exige que nos mantenhamos na incerteza, na surpresa, no acidente, na incompletude. Precisamos olhar para o outro e não vê-lo, enxergá-lo como um fantasma. Alguém que nunca possuiremos, alguém que nos escapa permanentemente, uma pessoa que desde o princípio estamos condenados a perder, um mortal.
O amor talvez exija alguém que possua a coragem de seguir amando sem o medo de não ser amado, alguém que não tema caminhar no desconhecido. Como no verso de Drummond, alguém que saiba amar depois de perder. Alguém que suporte a angústia de não se deixar enquadrar em nenhum lugar imaginário e que, assim, permita a quem está ao seu lado a possibilidade viver a experiência rara de amar."

[Márlio Vilela Nunes]

terça-feira, 9 de agosto de 2016


Marina Tsvietaieva - Irmão Feminino

domingo, 24 de julho de 2016

Sigamos

"a vontade era correr mais do que as pernas aguentassem. Mas era sempre uma corrida pra frente e outra pra trás... curiosa e coincidentemente essa prática física se chama suicídio. 
De fato era isso: eu não saia do lugar e gastava toda a minha energia. 
Não tem fôlego que aguente. 
Meus pés doíam, meus joelhos doíam, mas, sobretudo, meu coração doía. 
Por constrangimento, e talvez até contra a minha vontade, eu fui dando um passinho de cada vez. No começo parecia irrelevante. Olhei pra trás muitas vezes. Eu achei que não ia conseguir me afastar nunca. Mas um passinho de cada vez e, de repente, veja só, não tem como voltar mais. 
Eu ainda olho pra trás, mas míope e astigmata que sou, dos olhos e do coração, só enxergo um borrão pequeno e escuro, no fim de um caminho tortuoso, onde eu não caibo mais. 
Não que eu conheça a estrada daqui pra frente, nem que eu espere que seja um caminho fácil. 
Mas, se algum dia teve, hoje não tem nada pra mim lá atrás. 
Sigamos."

[Lohanye Garcia] 

Do fim

"Se tudo começou no avesso
Se, do fim, nasceu um começo
Se quando eu estava, você fugia

Se quando eu fugia, você ficava
Caído, você me esticava a mão
Submersa, eu te procurava em desespero
Mas, de tanto procurar, perdi
De tanto gritar, não me fiz ouvir

Hoje, sigo calada, no avesso de mim
Esperando o recomeço de um fim
Porque algumas vidas são assim
O revés de um sim."
[Thaís Lima]

sexta-feira, 22 de julho de 2016

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Da attesa

Viver é mesmo muito perigoso, já dizia Guimarães Rosa. 
Assustador. Exige coragem. 
Penso que é preferível uma resposta ruim ao não saber. 


Mas é preferível não viver, ou não viver de verdade, a conviver com o peso do não saber? 
Penso que não. 


Suspiro, tentando frear meus devaneios. 
À minha frente, a xícara de café quase vazia: é hora de pedir outro. 


Ao lado dela, o telefone que não toca.

domingo, 26 de junho de 2016

Eu sou a diva que voce quer copiar.


quinta-feira, 23 de junho de 2016

Prostituta é dispensada e diz que ela que resolveu parar.

Ahan..

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Feliz dia dos namorados 2

"De novo a mesma coisa: celulares, viagens maravilhosas, oportunidades imperdíveis, argumentos incontornáveis para você dizer para o seu bem, sim, eu te amo, no tal dia dos namorados. Nas últimas semanas, a mídia e praticamente tudo o que nos cerca fizeram com que nos sentíssemos quase que obrigados, primeiro a ter alguém para chamar de seu, e, segundo, a dar um presente inesquecível para este bem. 
Como reles mortal, obviamente fui atingido pela eficiência dos nosso publicitários, e fiquei querendo muito, sobretudo na última semana, ter sim alguém pra chamar, no caso, de minha. Mas não para presentear com celulares, perfumes, viagens ou com um carro zero. Queria mais era dar para o meu bem um pouco da cor dos crepúsculos desses dias frios, o contorno do morro Dois Irmãos que vi ainda há pouco no horizonte de Ipanema, o olhar incrivelmente saudável daquela menina doente que encontrei no metrô outro dia, a capacidade de manter o desfrute do prazer sempre no plano do consciente para que haja o engrandecimento da alma, a percepção de que a mentira às vezes ocorre de forma tão espontânea quanto a transpiração (Machado), a capacidade de perceber que o sorriso do cachorro está no rabo (Jards Macalé); uma, só uma bolinha da água Pellegrino, um pastel de feira de palmito, uma, só uma, taça de champanhe rosê, um livro para ser lido com prazer até o fim, um banho de infusão com sal grosso ou ervas finas. 
Gostaria, quem sabe, de dar um pouco de certeza, mas não tenho nenhuma disponível no momento. Talvez uma resposta, mas nem sequer sei a pergunta! 
Um pouco de luz, mas perdi os fósforos... 
Uma palavra amiga, mas minha garganta está meio seca e muda. 
Carinho, sim, daria, ou pelo menos tentaria dar, para quem soubesse ou se dispusesse a receber o meu. Será que há? Quem sabe, pensei, poderia fazer um discurso retumbante, recitar versos emocionantes ou transpor muros e montanhas para fixar, lá no alto, a bandeira das minhas sensibilidades e das carências? 

Desisti, porque me lembrei de que, quando você tem realmente alguém para chamar de seu, quando conquista esse direito, quando é premiado com essa dádiva, não há necessidade nenhuma de comprová-lo, afirmar ou reafirmar. 
 Mesmo que a vontade seja a de mudar como um Deus o curso da história por causa do seu bem (G.Gil), nada há a explicar, solicitar, expor, mencionar, muito menos a exigir, cobrar, requisitar. 
Não. Quando você realmente tem alguém para chamar de seu, basta dizer "meu bem" que fica tudo bem."

[Luiz Caversan]

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Feliz dia dos namorados

"Com a sombra do dia 12 se aproximando e uma análise de vivências minhas e de outras mulheres eu preciso escrever.
Além de sempre ter estado no papel de alguém que dispensa cuidados, alguém que sempre aguenta tudo, alguém "que não se atinge", que é forte, eu me encontro numa fase muito particular de militância, pondo sempre em xeque os privilégios que um homem tem naturalmente e, à cima de tudo, dentro de um relacionamento heteronormativo. É de se esperar portanto, que esse combo (vivência + militância) me protegesse de relacionamentos destrutivos, depreciativos, viciosos. Eu, que tantas vezes disse pra amigas "você nao precisa disso", já devia saber reconhecer o "isso" e me blindar, me esquivar, me preservar. Mas nós não levamos em conta nessa álgebra social o elemento crucial no desenvolvimento da equação: eu sou gente. Nós, mulheres, somos gente. E a gente é passível de tomar um nocaute desse "isso", apesar de negar isso. É o que torna as coisas ainda mais difíceis. Talvez aquela sua amiga "boazinha demais" que você ficava puxando a orelha por gostar /sofrer/ perdoar/(...) demais, passe por isso mais saudavelmente que você, oh caminhoneira inabalável stone heart.
Quando a gente se percebe humana e vive todas as fases d"isso", a gente sempre lida com uma negação fudida do que sente, seja bom ou ruim. E isso cansa pra cacete!!!!

Dia dos namorados ta chegando, minhas amigas, e eu posso garantir que tem muuuita gente que tá dentro, querendo sair e que ta fora, querendo entrar. Os dois lugares são incômodos. Sempre falta alguma coisa. Os homens nao nasceram pra dar, eles não aprenderam a dar. Os homens aprenderam a receber, desde cedo. Eles gostam de receber.
Eu não conheço um homem, que nesse contexto, saiba o significado de sacrifício. Nós, entretanto, somos criadas pra estar sempre prontas para, à qualquer sinal de demanda de um homem, dar tudo que temos e não temos.
Só que no final do dia isso dói.
No final das contas uma hora isso pesa e muito! A gente se culpa, se sente insuficiente, sente ciúmes.
Nós não devemos mendigar amor, gente, isso não faz o menor sentido. Amor é sublime. E não estou falando só de amor romântico. Por exemplo, olha o seu relacionamento com sua melhor amiga.
É mútuo. É cúmplice. É saudável. Você se importa com ela, ela se importa contigo. Premissa básica, oras! Por isso ela foi elevada ao status de *melhor* amiga. Se não, naturalmente a vida traz outra pessoa pra preencher esse lugar.
E como, por que diabos, a gente aceita menos que isso das nossas relações e parceiros?
Uma pessoa que entre tantas a gente escolhe pra direcionar atenção, afeto, tempo, corpo e espírito.
Devoção.
É isso que nos ensinam a ser, desde cedo. Devotas. Mas, obviamente, é claro que a gente quer um feed.
A gente também quer atenção, afeto, tempo, corpo, espírito e devoção!
Entretanto mais uma vez a gente aprendeu a aceitar o pouco que vem, quando/se vem. Às mulheres nao foi permitido o direito de querer mais.
E mesmo que a gente não tenha nada de volta, lá estamos nós. Prontas para suprir. Prontas pra viver o papel que nos foi designado. Prontas pra aceitar que não tem nada em troca.
Não tem troca.
Prontas para, mais uma vez, dar tudo que temos e o que nao temos.
Mas a gente quer mais. Muito mais.

Feliz dia dos namorados."

[Lohanye Garcia]

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Eu amei.
Amei demais.
O que eu sofri por causa de amor, ninguem sofreu.
Eu chorei, perdi a paz.
Mas o que eu sei é que ninguém nunca teve mais, mais do que eu.

sábado, 4 de junho de 2016

Baby, e aí? Não cansou da putaria ainda não?

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Quero que você seja feliz.

Eu vou conseguir também. Depois.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Bye bitch

#ultimanoite

Não preciso nem falar de quem

Ai que dó.
Ai que dó.

Não me inveje. Tente se superar e ter algum amor proprio e se dar valor.
Bjos.

Della fiducia

La fiducia è una cosa troppo labile e va conquistata giorno a giorno.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Da pena

Se contente em ter um pedaço do que nunca foi seu...
Vá vender seu corpo pra outro, vai.
Tchau biscoitinho.

Quem não tem capacidade pra conquistar alguem que te ame, tem que tentar roubar alguem que ama outra.
Tenho muita dó.
Muita...

É carencia demais ser usada, saber e permitir.
Fruto de uma infância nessa família desestruturada né...
Vou ate parar de falar, de tanta dó, sério.

Namastê.

domingo, 15 de maio de 2016

De tudo fica um pouco


De tudo ficou um pouco. 
Do teu medo. 
Do meu asco. 
Dos gritos gagos. 
Da rosa
ficou um pouco

Ficou um pouco de luz
captada no chapéu.
Nos olhos do rufião
de ternura ficou um pouco
(muito pouco).

Pouco ficou deste pó
de que teu branco sapato
se cobriu. Ficaram poucas
roupas, poucos véus rotos
pouco, pouco, muito pouco.

Mas de tudo fica um pouco.
Da ponte bombardeada,
de duas folhas de grama,
do maço
- vazio - de cigarros, ficou um pouco.

Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.

Ficou um pouco de tudo
no pires de porcelana,
dragão partido, flor branca,
ficou um pouco
de ruga na vossa testa,
retrato.

Se de tudo fica um pouco,
mas por que não ficaria
um pouco de mim? 

no trem
que leva ao norte, no barco,
nos anúncios de jornal,
um pouco de mim em Londres,
um pouco de mim algures?
na consoante?
no poço?

Um pouco fica oscilando
na embocadura dos rios
e os peixes não o evitam,
um pouco: não está nos livros.

De tudo fica um pouco.
Não muito: de uma torneira
pinga esta gota absurda,
meio sal e meio álcool,
salta esta perna de rã,
este vidro de relógio
partido em mil esperanças,
este pescoço de cisne,
este segredo infantil...
De tudo ficou um pouco:
de mim; de ti; de Abelardo.
Cabelo na minha manga,
de tudo ficou um pouco;
vento nas orelhas minhas,
simplório arroto, gemido
de víscera inconformada,
e minúsculos artefatos:
campânula, alvéolo, cápsula
de revólver... de aspirina.
De tudo ficou um pouco.

E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.

Mas de tudo, terrível, fica um pouco,
e sob as ondas ritmadas
e sob as nuvens e os ventos
e sob as pontes e sob os túneis
e sob as labaredas e sob o sarcasmo
e sob a gosma e sob o vômito
e sob o soluço, o cárcere, o esquecido
e sob os espetáculos e sob a morte escarlate
e sob as bibliotecas, os asilos, as igrejas triunfantes
e sob tu mesmo e sob teus pés já duros
e sob os gonzos da família e da classe,
fica sempre um pouco de tudo.
Às vezes um botão. 

Às vezes um rato.

[Carlos Drummond de Andrade]

sexta-feira, 13 de maio de 2016


"Porque eu também sinto medo, e haverá a morte um dia. A vida é apenas uma ponte entre dois nadas e tenho pressa."

[Caio Fernando Abreu]

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Tempo, tempo, tempo, tempoooo...

Há exatos 2 anos entreguei meu corpo (junto com meu desejo, meus sonhos, meus sentimentos à você.
E de você nunca mais voltei.

E desde então, "sou porque tu ès".

E é a razão do meu choro de hoje.


quarta-feira, 11 de maio de 2016

Do tácito

''Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer, amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?


Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?


Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho,
e uma ave de rapina.


Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor à procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.


Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa, amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita''. 


[Carlos Drummond de Andrade]

terça-feira, 10 de maio de 2016

Do que eu quero

Ad una donna qualunque possono bastare le belle parole.

A quelle come me serve presenza, costanza e coerenza.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Do tempo-espaço

"Aqui o espaço é tudo, pois o tempo já não anima a memória. A memória – coisa estranha! – não registra a duração concreta, a duração no sentido bergsoniano. Não podemos reviver as durações abolidas. [...] É pelo espaço, é no espaço que encontramos os belos fósseis de duração concretizados por longas permanências. O inconsciente permanece nos locais. [...] Localizar uma lembrança no tempo não passa de uma preocupação de biógrafo e corresponde praticamente apenas a uma espécie de história externa, uma história para uso externo, para ser contada aos outros."

BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço. São Paulo: Martins Fontes, 2008, p. 28-29.


sábado, 7 de maio de 2016

Da Falsyane

Continue tentando.

Quem sabe algum dia você consegue chegar perto do que sou.

Já adianto: nunca será.

Bye Bitch.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Da ausência

"Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar

E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou

Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida"


[Tom Jobim]

Da confissão

"Dirão, em som, as coisas, que calados, no silêncio dos olhos confessamos?"

 [José Saramago - os poemas possíveis]

quinta-feira, 5 de maio de 2016

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Bye bitch


Do permanente

Sou profunda. Acredito em relações duradouras. Em coisas permanentes.

É difícil ser profunda em um mundo de pessoas rasas.

http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/ruth-manus/a-geracao-que-trata-tudo-como-descartavel/

terça-feira, 3 de maio de 2016

Do mar 2

Eu, espancando as inimigas.

https://media.giphy.com/media/26AHCl4RfC6LShdT2/giphy.gif

Do solar

"Só nós dois.
Sós os dois? 
Sol, os dois."

[Caio Fernando de Abreu -  Anotações sobre um amor urbano - modificado]

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Do afeto

Sai come dimostrare affeto?

Simplice. Essendo presente.

domingo, 1 de maio de 2016

Sempre

"...Perché senza cercarti
ti incontro ovunque,
soprattutto quando chiudo gli occhi."

[Julio Cortázar]

Para a prostituta

Minha fã numero 1, 
Mais uma pra vc! 
Bye bitch! 

sábado, 30 de abril de 2016

Do mar

..."O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força -- que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés -- mesmo se fogem -- retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias."


[Lya Luft - canção na plenitude]

Parafrasendo mamãe cuiabá

Há quem tenta roubar meu lugar no coracao do meu homem tipo há uns 2 anos. (E acreditando em Deus ou não, vai pagar por isso, mais cedo ou mais tarde)
Há quem saiba que cada um é único e insubstituível. 

Há quem é descartável e valoriza as relações efêmeras e superficiais. 
Há quem sabe esperar pelo que é seu e valorize o amor recíproco (e não a platonice de uma puta que transa com um cara sabendo que o coração dele tem dona, na ilusão de roubar o lugar dela). 

Há quem aproveite a "irmandade" incestuosa para tentar afastar duas pessoas que se amam. E cria todo tipo de pensamentos envenenados (pra ele) enquanto toca músicas tentando induzir coisas (pra mim) com o único objetivo de nos fazer desistir um do outro e quem sabe assim, conquista-lo. (Tenho muuuuuuuuuuuita dó).
Há quem sempre soube o verdadeiro carater e as reais más intenções de uma vagabunda que tem essas ações. 

Há quem ache que beleza e marketing é tudo. 
Há quem saiba que sem valor e conteúdo, é só uma ilusão passageira. 

Há quem finja estar feliz o tempo todo e energia positiva sempre, pra esconder o que realmente sente. 
Há quem tenha sofrido o suficiente pra saber o valor de demonstrar os seus sentimentos reais, seja uma depressão, um amor, um coração partido ou uma alegria verdadeira. 

Há quem tenha aprendido (seja na vida, ou em casa com mamae cuiabá que ja dá desde os 12 anos) que é apenas sexo que segura homem. (Tsc, tsc, tsc...)
Há quem saiba o valor de um grande amor na vida. 

Há quem ainda é um bebê, engatinhando e começando a vida.
Há quem já tenha muito o que ensinar.
E já que você quer tanto ser como eu, aprenda a se dar o valor e ter caráter. 
Quem sabe um dia alguem te ame, sem voce precisar tentar roubar o homem de outra pessoa. 

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Da dica

Fica a dica pra galera descartável da prostituição: você só será respeitada a partir do momento em que se der o respeito.
Bjão!
Bye bitch!

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Amore mio

Hai già finito di utilizzare le tue puttane?

Hai già uciso tutte, specialmente la più troia e vagabonda? Se vorresti aiuto per uciderla, non hai bisogno di dire piu niente.. Volentiere.

Ma penso che tu lo sai cosa deve fare...

Appena aspetto e spero.

Solo tua, fino alla fine.

<3 nbsp="" p="">



Para minha fã numero 1

Putinha,
Essa é pra vc!
Se não entender, joga no google translator, blz?


quarta-feira, 27 de abril de 2016


Compleanno

731 dias que te conheço e desde o primeiro dia uma imensa gama de sentimentos passa dentro de mim. Atração, paixão, dedicação, cumplicidade, cuidado, admiração, amor, decepção, tristeza, dor, ciúmes, conexão, rejeição, proteção, amizade, paz, raiva, sofrimento, dificuldade (grande) de entendimento, e muito mais.

235 dias que você decidiu cortar laços de comunicação comigo, baseado no argumento de estar "amando" outra pessoa. 

122 dias que você está aqui tão perto, "amando" várias pessoas ao mesmo tempo. E pelo visto não fui/sou importante para você se dignar a me procurar em um momento sequer, nem como gratidão pelo que fiz por você em uma época em que ao menos enquanto você precisava de mim, eu parecia indispensável. (Ingratidão é um sentimento difícil de aceitar)

Quantos dias mais serão necessários, pra que eu volte a ser quem eu era antes de você? 
Com ou sem você?

sábado, 23 de abril de 2016

4 mesi = 120 giorni

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Da vida


"Enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida."
Machado de Assis

Do sonho

"Repousa com teu sonho em meu sonho.
Amor, dor, trabalhos, devem dormir agora.
Gira a noite sobra suas invisíveis rodas
e junto a mim és pura como âmbar dormido.
Nenhuma mais, amor, dormirá com meus sonhos.
Irás, iremos juntos pelas águas do tempo.
Nenhuma mais viajará pela sombra comigo,
só tu, sempre-viva, sempre sol, sempre lua.
Já tuas mãos abriram os punhos delicados
e deixaram cair suaves sinais sem rumo,
teus olhos se fecharam como duas asas cinzas.
Enquanto eu sigo a água que levas e me leva:
a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,
e já não sou sem ti senão apenas teu sonho."


[Pablo Neruda]

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Das ofensas

O único argumento que uma putinha tem pra tentar ofender outras pessoas é falando de superficialidades, como aparencia, beleza, etc...

Quem é oca por dentro e não possui nenhum valor moral ou qualidade (alem da vagina/anus), vai falar o que de alguem? Nao tem o que argumentar mesmo...

E o que vem de baixo, não me atinge.
O seu recalque bate no brilho da minha alma e volta. Bjão!

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Da esperança

"Nas tardes de chuva fina e persistente, se o amado estiver longe e o peso invisível de sua ausência for insuportável, colha de sua horta 28 folhas novas de melissa e leve as ao fogo num litro de água, para um chá. Quando a água ferver deixe o vapor molhar a polpa de seus dedos e mexa três vezes com uma colher de pau. Tire do fogo e deixe descansar por dois minutos.
Não ponha açúcar, beba gole a gole de costas para a tarde, numa xícara branca. Se depois de meio litro você não notar certo alívio atrás do esterno, requente o chá e acrescente duas colheres de raspas de rapadura. Se no fim da tarde a agonia persistir, pode ter certeza de que ele não vai voltar. Ou vai voltar em outra tarde, e já muito mudado."

(Héctor Abad in “Livro de receitas para mulheres tristes”)

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Del mare

"Vedessi com’è grande il pensiero del mare
dove il mio dolce amore oggi è andato a pescare
vedessi com’è grande la vela del pensiero
eppure sono sola come un vecchio mistero
vedessi che coralli ci sono in fondo al mare
e lui non mi ha pescato perché doveva andare
vedessi come piango un pianto universale
un amore così bello non doveva far male..."

[Alda Merini] 

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Puta,

O que a gente faz todo dia = nossa vida.

Entendo que cognição pode não ser muito o seu forte, mas...

terça-feira, 12 de abril de 2016

Em dobro

Que vocês recebam em dobro tudo o que me fizeram, e me desejaram.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Do sal

Que essas lágrimas que descem pelos meus olhos agora levem com elas o pouco que restou dos meus sentimentos por você.

Pois você já provou com todas as formas de omissão e indiferença existentes que não sente nada por mim e pior ainda, sente prazer em pisar nos meus sentimentos e me fazer sofrer.

Desejo de verdade que você e suas putas sejam felizes.





Do conformismo

"Então chegou o dia em que ela se conformou.
Ela não sabia bem como, não sabia bem quando, nem mesmo o porquê.
Mas se conformou.
Em uma noite qualquer, aqueles anos passaram por sua cabeça. Ela se lembrou de tudo. Fechou os olhos e sentiu a esperança, que carregou em seu peito durante todo esse tempo, escorrer como grãos de areia por entre dedos.
Balbuciou meia dúzia de palavras sozinha em uma mesa de bar. Tomou um gole de cerveja. Veio um gosto amargo, que conhecia muito bem. Era o mesmo gosto amargo que há tantos anos habitava sua boca.
Emudeceu de pavor. Seus pequenos olhos cor de mel abriram-se como se estivesse no escuro, à procura daquela dor. A dor da espera por algo que jamais chegaria. Essa dor que era a única coisa familiar que ela conhecia.
Olhou dentro de si e nada. Não estava lá.
Estava aterrorizada e confusa: poderia pensar em si como alguém merecedor de algo que não fosse a esperança surrada de tantos anos?
Olhou pro seu all star tão sujo e surrado quanto a tal. Percebeu que havia cuidado de sua vida como cuidava de seu tênis. Sua boca, já machucada com o peso dos anos, se entreabriu e sussurrou algum adjetivo sobre si mesma que jamais se saberá.
Pensou em pensar nisso no dia seguinte, como tantas vezes a aconselharam. Mas o pensamento insistia.
Decidiu ir pra casa.
Dormiu. Sonhou. Não se lembrou de nada quando acordou.
O momento que mais temia realmente chegara: ela se conformou. Justo ela, que jamais se conformara com coisa alguma. Justo ela, que jamais desistira.
Já não havia mais o que fazer.
Percebeu que, se não morrera naquele exato momento, não lhe restava nada, a não ser recomeçar."
[Thais Lima]

domingo, 10 de abril de 2016

Da troca

"Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega

para afastar o frio de quatro paredes.
Gastamos tudo menos o silêncio.
Gastamos os olhos com o sal das lágrimas,
gastamos as mãos à força de as apertarmos,
gastamos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras

e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais eu te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!

e eu acreditava.
Acreditava, porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo em que trocávamos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastamos as palavras.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.

Adeus."

[Eugenio de Andrade]

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Do ceu

“Olha pra cima, porque é lá que estão as melhores coisas”. 

Soltou a frase assim, no meio da rua, da boca pra fora, num supetão de pensamento que ela mesma se surpreendeu. Ele riu, sem entender muito bem o que aquilo significava. 
Levantou a cabeça, avistou o céu. 
Azul, nuvens brancas, como havia de ser. 

Nuvens. Pragmaticamente são só nuvens. 
Essa densidade formada pela condensação de partículas de água. 
Cobriu os olhos dele e sorriu. “Lá em cima tem felicidade”. 
É lá no alto que estão as verdades, o elevado, a existência de si. 
E o amor. 
Mas depois que viramos adultos, nos acostumamos a sempre olhar pra baixo. 

O concreto, o palpável, aquilo que cabe dentro das coisas classificáveis. E só. 
Aqui embaixo não tem a surpresa, ou o incompreensível, ou o sentir dentro do peito a pequenez das gentes diante do firmamento. 
Já o céu é igual em todos os lugares. 
Tudo um só, unindo de alguma forma o que somos. 
Bichos. Ser, humano. 

Ser humano é ser estúpido. 
É magoar o que se ama em busca de sensações. De liberdade. 
Uma falsa liberdade, porque sem consciência de si, não se é livre. 
E daí vem o sofrimento. A dor. 
O que se faz é o que se é, o que se tem é o que se é. 
E ponto final. 

Mas ela não, ela criava seu próprio céu. Dentro. 
E acreditava que todos teriam a mesma coragem de perceber o outro. E chorava. 
De um choro tão verdadeiro que causava piedade em qualquer um que passasse por sua janela aberta. Menos nele. 
Ele, esporadicamente sem culpa pela sua solidão. A dela. 

Aceite seu isolamento, mas não concorde. 
Abaixe a cabeça como um cavalo amordaçado e fique aí, quietinha, esperando seu dono chegar. 
Mal sabe ele que quem mais sofre é aquele que machuca. 
O céu dos dois, agora, completamente diferente.

Ana Paula Magalhães


quarta-feira, 6 de abril de 2016


O primeiro passo para se chegar a algum lugar é decidir que você não quer mais ficar aonde está.

terça-feira, 5 de abril de 2016

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Da Rihanna

Traição é traição.
Romance é romance.
Amor é amor.
e as putas são as putas.

Ah.. e mentiroso é mentiroso.
Quero distancia de todo mundo que apoia tudo o que há de errado.

quinta-feira, 10 de março de 2016

O blog é meu e eu posto o que eu quiser

E tinha uma putinha
que se chamava Rayane
Um dia fiquei com fome
e papei a Rayane
Rayane
Rayane

Tinha cara de babaca
Rayane
Rayane
Botava ovo pela cloaca

Rayane
Rayane
Transava ate com urubu
Rayane
Rayane
Botava ovo pelo cu.



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

The End

This is the end my only friend.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

"Basta pensar em sentir
Para sentir em pensar.
Meu coração faz sorrir
Meu coração a chorar.

Depois de parar de andar,
Depois de ficar e ir,
Hei de ser quem vai chegar
Para ser quem quer partir

Viver é não conseguir." 

[Fernando Pessoa]

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Do caminho

"Non esiste vento favorevole per il marinaio che non sa dove andare..."


[Seneca]

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Dela

"Ela morava aqui. Sempre quieta e fria.
Passei muitas noites em claro com ela me encarando.
Seca. Pálida. Maldita.
Aquela tarde em que você me acompanhou,
estranhamente ela não voltou pra casa, nunca mais.
Ao invés de seu típico silêncio devastador, eu ouvia, dessa vez, os teus passos na cozinha, preparando nosso café.
Não havia noites geladas.
Não havia cigarros acompanhados da vontade de pular pro infinito derradeiro.
Dessa vez, os olhos que me fitavam eram quentes e me confortavam, acompanhados de mãos que passeavam por mim. Quando você deixou de vir, de responder, de me atender, eu senti que ela me espreitava.
Quando recebi seu email e li o seu último e único adeus, afinal “…pessoalmente seria difícil pra mim…” a campainha tocou.
Levantei com frio na barriga, que coisa, dessa vez eu tinha certeza que não era você. Abri a porta, lá estava ela.
Chegou me olhando por cima dos ombros, ela sabia que eu não tinha outra opção.
Agora ela dividiria cada espaço da casa comigo novamente, metade da minha cama e muito do meu coração.
Seja bem-vinda de volta, Solidão."
[Ana Carolina Rocha]

Da vida

"Concedei-me, Senhor
A serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar; 
Coragem para modificar aquelas que posso; 
e Sabedoria para conhecer a diferença entre elas.
Vivendo um dia de cada vez; 
Desfrutando um momento de cada vez; 
Aceitando que as dificuldades constituem o caminho à paz; 
Aceitando, como Ele aceitou, este mundo tal como é, 
e não como Ele queria que fosse; 
Confiando que Ele acertará tudo 
contanto que eu me entregue à Sua vontade; 
Para que eu seja razoavelmente feliz nesta vida
e supremamente feliz com Ele eternamente na próxima.
Amém."