quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Dos transportes

Hoje fiz o meu segundo exame médico e psicotécnico pra tirar carteira. Calma, AINDA não tomei pau em um psicotécnico. Supostamente minha sanidade mental não está comprometida. O lance é que sou uma pessoa bem enrolada. Sabe aquele tipo que começa a fazer um monte de coisa e costuma deixar quase tudo incompleto, pelas metades? Pois é, sou eu. E seguindo esse padrão iniciei meu processo de habilitação em 2002 e ainda não foi concluído. (Sim, 6 anos!) . Como prescreveu o prazo de 5 anos, cá estou iniciando tudo de novo.

Você deve estar se perguntando como um ser humano sobrevive 25 anos sem ser habilitado à dirigir. É que como morei sempre perto do colégio, da faculdade, e no caminho de quem está indo ou voltando de algum lugar, sempre arrumava uma caroninha ou andava a pé mesmo. Pois bem, eis que no meio disso tudo, o que acontece? Acaba a faculdade! Formei e fui jogada na rua da amargura. Mas isso é tema pra outros e longuíssimos textos...

O problema é que com isso, comecei a trabalhar em lugar muito, mas muito longe da minha casa, e tive que começar a aprender a usar um famoso meio de transporte coletivo, o ônibus. (Busú ou busão, para os íntimos).

Se antes eu acordava 20 minutos antes da aula, passei a ter que enfrentar a dura tarefa de acordar 1 hora e meia antes do serviço! Isso gastando os mesmos 20 minutos pra me arrumar, 10 minutos pra chegar ao ponto e cerca de 1 hora dentro do maledito...

No início achava um suplício, um inferno, e com o perdão da palavra, uma merda. Mas passei a ver o lado bom das coisas e apesar de ainda ver o lado ruim, consigo até me divertir... Hoje fui até cantada dentro do ônibus. Um ser humano me vira pra mim e solta a seguinte frase: "Nó, apaixonei." O que será que se passa na cabeça desse alguém? Será que ele imaginou que eu ía virar e dizer :"ai, eu também. vamos fazer filhos?" Ou será que ele achou que eu ía agradecer e puxar papo? Coisa mais sem propósito. Aliás falando em puxar papo, o ser que estava sentado ao meu lado passou cerca de 40 minutos olhando os mesmos 2 únicos albinhos de fotos, daqueles pequenos da retes. Deve ter visto cada um no mínimo 5 vezes, e nessa de ver fotos, jogando/roçando o braço pra cima de moi. Eu que odeio esse tipo de coisa, fui arredando pra beirada, até um momento em que quase caindo do banco resolvo quase dar as costas pro coitado. Acho que a intenção dele devia ser que eu visse as fotos, sei lá, ou só queria ficar relando mesmo. Mas eis que me começa a puxar assunto, tipo: "nossa, foto é bom que a gente guarda o momento do jeito que é, né?" No que eu, com ódio daquela intimidade forçada, respondo um monossilábico: "é..."
Pra completar minha diversão eis que entra no ônibus um daqueles moços que vendem bala dentro dos coletivos. Não estou criticando, de forma alguma. É o jeito do cara ganhar o dele. Mas esse resolveu inovar. Ao invés do famoso discursinho eu-nao-vim-aqui-para-roubar, ele me vem com um monte de papeizinhos com uma poesia sobre a vida. Era algo tipo falando que devemos aproveitar as oportunidades e as dificuldades da vida. E no fim oferecendo humildemente duas balas por um real. Achei interessante essa abordagem poética...
Mas enfim, cansei de escrever. Estórias das minhas andanças pelos ônibus é que não vão faltar, mas por hoje chega.

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