"Ela morava aqui. Sempre quieta e fria.
Passei muitas noites em claro com ela me encarando.
Seca. Pálida. Maldita.
Seca. Pálida. Maldita.
Aquela tarde em que você me acompanhou,
estranhamente ela não voltou pra casa, nunca mais.
estranhamente ela não voltou pra casa, nunca mais.
Ao invés de seu típico silêncio devastador, eu ouvia, dessa vez, os teus passos na cozinha, preparando nosso café.
Não havia noites geladas.
Não havia cigarros acompanhados da vontade de pular pro infinito derradeiro.
Não havia noites geladas.
Não havia cigarros acompanhados da vontade de pular pro infinito derradeiro.
Dessa vez, os olhos que me fitavam eram quentes e me confortavam, acompanhados de mãos que passeavam por mim. Quando você deixou de vir, de responder, de me atender, eu senti que ela me espreitava.
Quando recebi seu email e li o seu último e único adeus, afinal “…pessoalmente seria difícil pra mim…” a campainha tocou.
Quando recebi seu email e li o seu último e único adeus, afinal “…pessoalmente seria difícil pra mim…” a campainha tocou.
Levantei com frio na barriga, que coisa, dessa vez eu tinha certeza que não era você. Abri a porta, lá estava ela.
Chegou me olhando por cima dos ombros, ela sabia que eu não tinha outra opção.
Agora ela dividiria cada espaço da casa comigo novamente, metade da minha cama e muito do meu coração.
Seja bem-vinda de volta, Solidão."
[Ana Carolina Rocha]
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