segunda-feira, 30 de julho de 2012

Do dito pelo não dito - o ontem

2006.
Você.
De você eu só tenho lembranças boas, tanto dos momentos reais quanto dos tempos em que éramos companheiros diários nas intermináveis e imprescindíveis horas de conversas internéticas, nos fazendo estar mais próximos que nunca. E me fazendo ter a certeza que o melhor lugar do mundo era aqui do lado de trás dessa máquina.
Nas pequenas coisas. Nos atos mais simples do dia, como um escovar de dentes ou um buenas antes de dormir. No comentar das bobagens do dia-a-dia. Nos desenhos mais lindos que alguém já conseguiu fazer. Nos símbolos-códigos que só nós conseguíamos entender. (Bom, você ainda usa essas "metáforas", e eu mesmo sem querer entendo de quase um tudo, apesar de ficar quietinha e me fazer de desentendida.. só lamento. rss..) Na criatividade. Na sensibilidade. Na meiguísse disfarçada com um suposta capa de azedume.
Sinto muito mais falta do que você pode imaginar. Será que só eu sinto falta disTo e de tudo mais?
Você talvez não saiba das coisas assim tão explicítas mas foi a pessoa que me fez me sentir mais compreendida nesse mundo. Mesmo talvez sendo só uma sensação minha, sentir aquilo era muito bom. 
E me faz ter saudades muito boas daquela época.


2012.
Hoje.
Tudo tão diferente. O que aconteceu, foi só a distância? Aonde nos perdemos?
Mudamos tanto assim a ponto de não conseguir estar tão próximos mais? Ou o problema é justamente a proximidade, que traz a necessidade de uma proximidade ainda maior que é como um querer estar dentro do outro e isso te incomoda tanto a ponto de preferir fugir à encarar a realidade?
Não só te incomoda como ruiria toda a sua realidade atual de sentir mais-ou-menos e que inacreditavelmente te satisfaz.
O que me incomoda é o fato de a gente não ter tido a história que merecia. Não que a gente não tenha tido, porque se virou memória é porque teve. Mas não do jeito que poderia ter sido. Na verdade, o que não me conformou foi o interromper das coisas como eram.
O que me incomoda é o fato de ver que o medo e a insegurança, meus e seus, terem dominado tudo e acabarem tão maiores do que a cumplicidade e a certeza.
E de tudo fica o "e se...", o afastamento e a falta.


Eu concluí que assusto as pessoas. Eu ainda tô tentando descobrir ao certo porquê.
Talvez seja porque não é qualquer um que é capaz de lidar com o que é sincero, com o que é inteiro, com o que é pra valer, com o que te faz sentir que está vivo. Como eu faço, como eu sou e como eu quero.
Mas mesmo quando as coisas ainda não eram claras assim, eu ainda assustava. e aí?
Incógnita eterna.


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"E que não importa o tamanho da distância, nunca esqueça que o simples fato de existir mudou pra sempre a minha vida e que o mundo me pareceu muito mais bacana depois que descobri que você existia."

[Ana Jácomo]

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