Hoje tive uma vontade enorme de colocar no papel as coisas que já me incomodaram por terem sido importantes ou que ainda me incomodam por estarem presentes de alguma maneira.
O que não foi escrito, resolvido está.
Aí comecei essa verborragia maluca, essa expressão desenfreada, e com isso a auto-análise (óbvia e necessária) e um medo grande: será que tô perto de morrer ou com um tumor cerebral bem ali no lobo frontal pra justificar tamanha mudança de comportamento? Ou será um trantorno de personalidade borderline que se transformou em uma psicose e tô precisando tipo de uma Risperidona ou uma Olanzapina?
Porque toda essa expressão justo agora? Tô realmente assustada.
Cadê aquela menina que tinha vergonha de conversar com estranhos? Que não ía na esquina sem estar acompanhada pra não se sentir deslocada? A que nunca colocou um cigarro na boca mas que aprendeu como enrolar um? Aquela que (ainda) fica vermelha quando tem muita gente olhando pra ela? Realmente está perdendo o medo da exposição sem medidas? Porque pra mim expressar sentimentos em plena world wibe web, é o mesmo que dar a cara pro mundo pisar. Bom, ela está aqui, mas acho que tá mais valente. Forte eu não digo.
Parece que passei a me conhecer mais nesses últimos tempos, a me aceitar mais como sou, sem máscaras, sem pose, sem tentar ser o que não sou, sem tentar esconder nada de ninguém. E passei ainda a procurar ter ao meu redor quem me aceite e goste de mim assim, quem compartilha comigo dos mesmos ideais de vida e das mesmas crenças básicas em relação ao mundo. O que não significa que eu tenha me fechado pra convivência com os diferentes, muito pelo contrário, acho que é tão rica essa troca de experiências, e tão elucidante. E ao mesmo tempo o que nos faz mudar pra melhor e crescer é exatamente o conhecer de novos mundos e de novas pessoas e realidades. Acabamos nos abrindo pra horizontes inimaginados e "a mente que se abre a uma nova idéia jamais retorna ao seu tamanho original". (Eu realmente adoro citações, como pode ser facilmente percebido por qualquer um que entra neste blog e percebe que o mesmo é quase todo feito delas desde sempre.)
Pensando sempre tanto nessa questão da dificuldade de comunicação humana em que mesmo falando a mesma língua, as pessoas muitas vezes não conseguem se entender, resolvi querer me comunicar melhor. Tentar me expressar com mais clareza pra ter a sensação de estar sendo compreendida em maior profundidade. Confesso que ainda não tive grandes resultados mas pra mim o importante está sendo o caminho, a tentativa, que aparentemente pode ter sido um dos fatores que levou à toda uma mudança. Outros fatores que desencadeam mudanças podem ser a terapia (eterna), os fatos da vida, o fim do mundo em 20 de dezembro de 2012, a sensação de morte iminente, uma inconsequência nova e inapropriada ou sei lá, confesso que eu não sei mais o que.
Eu descobri que tenho a alma feita de uma espécie de borracha que vai se moldando e mudando com o tempo e com as experiências, mas sem perder seu formato original já que a minha essência e os meus valores continuam os mesmos.
Nossa, tô completamente viajandona nesse texto! Nú! Que medo.
(O que a borracha tem a ver com a verborragia, alguém me explica?)
Acho que a hipótese do tumor cerebral é muito plausível ou a do surto psicótico. Se bem que surto não é, porque o sentimento que tenho é justo o contrário, o de que se eu não escrever aí sim eu vou ficar muito doida.
É, definitavamente eu preciso de uma ressonância de crânio now.
.
Aproveito para agradecer a minha atual incrível audiência.
O meu blog era uma espécie de diário semi-secreto e como tal eu não divulgava o endereço pra quase ninguém. Desde que eu resolvi divulgar o endereço no fb, há algumas semanas, passou de uma média de uma visitação por dia (juro que me excluindo, ok? rs) pra cerca de 40 visitas diárias.
Muito mais gente interessada no que escrevo e/ou publico do que eu podia imaginar. Uau.
Ainda não sei se isso é bom ou ruim, mas pelo menos foi um número que me surpreendeu.
E enquanto não decidi se devo agradecer ou não, agradeço. : )
segunda-feira, 30 de julho de 2012
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