sábado, 6 de abril de 2013

Do movimento

"Aqueles olhos fundos, quando a cor da retina fica úmida, aquele olhar que não deveria ser descrito, mas aqui estamos nesse erro. 
Ninguém fica melhor depois do sofrimento. 
E toda a bibliografia que melhora a humanidade, talvez a torne menos úmida. 
A gente só continua, se movimenta. 
Vai pra frente, dando vazão ao instinto de progresso que permanece. 
Ou dá voltas, sucumbindo ao ritmo próprio da vida - esse fenômeno da repetição. 
Ou enterra-se, sendo fiel ao inevitável movimento, mas por dentro.
Apertei seu ombro, como quem pressiona o botão REC do gravador mais high-tech que pode existir.

- Eu era legal, mas aí, aconteceu isso."

[Vitor Freire]

Nenhum comentário: