quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Das mãos

"As mãos tateiam
Por baixo do pano, 
Mais leves do que o sono
De um soldado.

No vale dos encantos
Onde tudo é possível
Um homem sonha que caminha
Sobre um chão de mosaicos.

Ele penetra
Os recessos de um livro,
Abre a fonte lacrada.

Um cheiro de açucena
(E não o vinho)
O embriaga.

Nunca sua fantasia ousara
Frequentar um palácio
De perfumes e licores
Preexistentes à vontade.

O amor vem quando quer
E se vai antes que a noite
Se desfaça.

Esconde o poeta nesses versos
A suave gradação entre os sentidos
E o insondável.

[Mariana Ianelli ]

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