Nada de amor heroico, bonito e comovente.
Nada de rendas brancas, vestidos de noiva, taças cruzadas.
Deixo as filosofias otimistas para quem ainda acredita nelas, como eu já acreditei um dia.
Eu quero ser a tua insegurança, o teu objeto de desejo que te faz achar que você só tem defeitos - e que certamente não me merece. Eu quero ser o amor intruso, entrão, inconveniente; invadir o teu pensamento quando um amor menos complicado teimar em se aproximar. Eu quero ser quem te faz procurar terapias; quero ser relatado a um psicólogo. Eu quero ser o teu problema.
Nada de rendas brancas, vestidos de noiva, taças cruzadas.
Deixo as filosofias otimistas para quem ainda acredita nelas, como eu já acreditei um dia.
Eu quero ser a tua insegurança, o teu objeto de desejo que te faz achar que você só tem defeitos - e que certamente não me merece. Eu quero ser o amor intruso, entrão, inconveniente; invadir o teu pensamento quando um amor menos complicado teimar em se aproximar. Eu quero ser quem te faz procurar terapias; quero ser relatado a um psicólogo. Eu quero ser o teu problema.
Eu quero ser quem te faz sair dos lugares comuns, abandonar jantares importantes e festas com seus melhores amigos. Eu quero ser a sua ligação às três da madrugada e te confundir inteiro quando você achar que já não quer tanto assim. Também quero ser o telefone que não toca no dia seguinte. E me confundir inteira quando eu achar que você já não quer tanto assim.
Eu quero ser tuas unhas roídas e tua síndrome das pernas inquietas. Eu quero ser a resposta monossilábica para tua declaração. Eu quero ser a sua resposta fugaz pra minha declaração. Eu quero marcar um encontro, uma conversa, um café e, se de última hora, desmarcar - e houver uma eventual nova possibilidade de encontro, ver você me esperar outra vez. Eu quero ser o teu problema.
Nada de fotos, flores, músicas de nós dois. Sem romantismo. Sem otimismo.
Eu quero ser tuas unhas roídas e tua síndrome das pernas inquietas. Eu quero ser a resposta monossilábica para tua declaração. Eu quero ser a sua resposta fugaz pra minha declaração. Eu quero marcar um encontro, uma conversa, um café e, se de última hora, desmarcar - e houver uma eventual nova possibilidade de encontro, ver você me esperar outra vez. Eu quero ser o teu problema.
Nada de fotos, flores, músicas de nós dois. Sem romantismo. Sem otimismo.
Eu quero ser o teu eterno caso, a lembrança que você lamenta. Eu quero deixar explícito o meu descaso e te ver, ainda assim, se importando comigo. Quero me importar com você, apesar de explícito o seu descaso comigo. Eu quero ser as cartas que você não consegue enviar; a mentira que você não se cansa de acreditar; a saudade que emudece. Eu quero ser o teu problema.
Quero que você seja os meus textos escritos de madrugada, a minha tentativa desesperada de não enlouquecer. Quero ser a tua insônia, a tua insanidade. Teu susto, teu único assunto. Eu Julieta, você Romeu que não morreu. Eu quero rir da sua hipótese de um futuro nosso, e ver você me odiar por um minuto e voltar a me amar com toda sua raiva logo depois. Eu quero ser as perguntas que você evita se fazer. Eu quero que você seja as respostas que não consegue me dar.
Quero ser o seu medo de não aguentar.
Quero ser o seu medo de não aguentar.
Eu quero ser o teu problema, rapaz.
Não por capricho. Não por um motivo pífio.
Não por capricho. Não por um motivo pífio.
Eu quero ser o teu problema desde que você se tornou o meu.
[Adaptado de texto de Vitória de Melo]
Nenhum comentário:
Postar um comentário