"(...)Até o dia 11 de abril de 1983, eu me iludia com a idéia de ser uma pessoa excepcional. Mas, desde o nascimento de Kevin, estou convencida de que somos todos provavelmente de uma profunda normalidade. (Na verdade, achar que somos excepcionais é talvez a regra geral.) Temos expectativas muito definidas sobre nós mesmos em determinadas situações - para além de expectativas; são exigências. Algumas são de pouca importaância: se alguém nos fizer uma festa surpresa, ficaremos maravilhados. Outras são consideráveis: se o pai ou a mãe morre, nos sentmos muito mal. Mas, talvez, junto com essas expectativas haja o medo secreto de que acabaremos desapontando as convenções, na hora do vamos ver(...)".
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"(...)Toda vez que eu me forçava a sorrir, era muito claro que ele sabia que eu não estava com vontade de fazer isso, porque nunca me sorriu de volta. Ele ainda não tinha visto muitos sorrisos na vida, mas tinha visto o seu, e era suficiente pra reconhecer que, comparativamente, havia algo errado com o da mamãe. Ele se abria de uma forma falsa; evaporava com uma velocidade reveladora assim que eu me afastava do berço. Será que foi assim que Kevin arranjou o sorriso dele? No presídio, aquele sorriso de marionete, como se puxado por uma cordinha?(...)"
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"(...)A expressão de kevin era tranquila. Ainda exibia uns restos de determinação, mas esta já deslizava para a empáfia arrogante e serena de um trabalho bem feito. Os olhos dele estavam estranhamente desanuviados - imperturbados, quase pachorrentos - e, reconheci a transparência daquela manhã (...) Aquele era o filho estranho, o menino que largara o disfarce vulgar e evasivo do quer dizer e do eu acho e o trocara pelo porte de chumbo e pela lucidez do homem que tem uma missão(...)"
[Shriver, Lionel. Precisamos falar sobre o Kevin - trechos]
domingo, 24 de junho de 2012
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