"Quando eu tiver 30 anos já vou ser casada, ter 2 filhos, um menino e uma menina, e também vou ser médica, atriz, bailarina e professora."
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Trinta anos é uma idade simbólica, aquela em que quando ainda criança você imagina que tudo já vai estar encaixado e perfeito na sua vida. É um número que pesa um pouco, a entrada na quarta década de vida.. Os vinte, década da juventude, das farras e das novidades, passaram voando chegando nessa idade em que você teoricamente já é um adulto e deverá ter a maturidade de um, mas que apesar disso, você de certa forma ainda é jovem. Mas ao meu ver é um símbolo de como o tempo passa rápido sem a gente perceber, e sem necessariamente aproveitarmos sempre tudo da forma como devíamos ou gostaríamos.
É a hora do balanço geral, de ver se os sonhos de criança chegaram ao menos perto da realidade, ou se é hora de mudar mais uma vez.
Hoje aos 30 anos não sou casada.
Nem sequer tenho um noivo, nem ainda um companheiro ou namorado. Ao longo desses anos tenho a sensação de que o amor sempre esteve perto de me encontrar, mas quase ao chegar desviou a rota e fez outra escolha. Inevitávelmente, é o quesito em que mais lamento não estar realizada. Sempre tive planos de com o amor, construir uma família, a minha. Mas esse é o tipo de plano que vai se descorando e ficando cada vez mais desbotado com o passar do tempo.
Hoje aos 30 anos não tenho um filho.
Muitos menos dois, menina e menino... É um plano que pra mim está totalmente ligado a realização de fazer parte de um casal, de ter um companheiro pra dividir as dificuldades e as alegrias que um filho pode trazer. E esse deve ser frutodo amor cultivado entre os dois. E ponto.
Essas modernidades de produção independente, ainda não são pra mim.
Quem sabe, quando eu tiver chegando aos 40, e escrevendo por aqui, eu já não pense diferente?
Mas hoje, não acho uma idéia muito interessante.
Hoje aos 30 anos sou médica. Mas sou residente.
Mas ainda não como eu queria, se é que algum dia chego lá.
Aos que acham que residente não é médico, se enganam. Residência é um limbo em que você ainda está estudando uma especialidade, mas não é mais estudante. Mas ainda não é um profissional especializado.
É um meio do caminho, e eu com minha preguiça de indefinições, odeio mais essa etapa. Torço pra que chegue logo o fim, pra que eu possa finalmente ser a médica como eu gostaria, e não como sou obrigada a ser.
Hoje aos 30 anos já fui atriz.
Papel pequeno, teatro amador, mas foi bom enquanto durou.
Saudades daquela época e arrependimento de não ter feito mais.
Hoje aos 30 anos não sou bailarina.
Mas já aprendi a dançar muitos ritmos e muitos passos, a ponto de me satisfazer um pouquinho.
Realizando de certa forma o sonho de menina. Claro, muito adaptado à realidade, como na maioria das vezes os sonhos são. Mas apesar de não ser bailarina, uma coisa que aprendi plenamente foi dançar conforme a música. Se eu queria muito muito muito uma coisa, mas não posso tê-la por algum motivo, paciência. Vamos ter a coisa que queria só muito, e que é acessível.
Hoje aos 30 anos não sou professora.
Oriento um pouco meus acadêmicos, ensino quando eu posso, já fui preceptora de tutoria (serve?), mas não sou professora. Quem sabe um dia. Antes preciso perder completamente a insegurança diante do que não sei, e aprender a buscar o conhecimento daí. Enquanto isso não acontece, prefiro me limitar ao tentar dominar o conhecimento que descobrem pra mim, que já é muito vasto.
Bem, é isso... Parte dos sonhos se concretizaram, parte não..
Parte está próxima a se realizar, parte nem de longe.
Parte dessa realização não depende de mim, parte que depende só de mim já está sendo trilhada.
Mas quem sabe o que não realizei ainda não será concretizado nos próximos anos?
Quem sabe o amor ainda vai lembrar de mim e me trazer um companheiro, uma família, ou até os filhotes?
Quem sabe os planos não mudam totalmente com o passar dos anos e com as experiências acumuladas?
Quem viver, verá.
;-)
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
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Um comentário:
Amei!!! E concordo com tudo!!!!!!
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