"Mas era tarde: ela já ansiava por novos êxtases de alegria ou de dor. Tinha era que ter tudo o que o mais humano dos humanos tinha. Mesmo que fosse a dor, ela a suportaria, sem medo novamente de querer morrer.
Suportaria tudo. Contanto que lhe dessem tudo.
Não. Ninguém lhe daria.
Tinha que ser ela própria a procurar ter. Inquieta, andava de um lado para outro do apartamento, sem lugar onde quisesse se sentar. Seu anjo da guarda a abandonara. Era ela mesma que tinha que ser sua própria guardiã. E tinha agora a responsabilidade de ser ela mesma.
Nesse mundo de escolhas, ela parecia ter escolhido."
[Clarice Lispector - Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres]
domingo, 21 de outubro de 2012
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