[O vício é a marca de toda história de amor baseada na obscessão.
Tudo começa quando o objeto de sua adoração lhe dá uma dose generosa, alucinante de algo que você nunca ousou admitir que queria - um explosivo coquetel emocional, talvez, feito de amor estrondoso e louca excitação. Logo, você começa a precisar dessa atenção intensa com a obscessão faminta de qualquer viciado. Quando a droga é retirada, você imediatamente adoece, louco e em crise de abstinência (sem falar no ressentimento para com o traficante que incentivou você a adquirir seu vício, mas que agora se recusa a descolar o bagulho bom - apesar de você saber que ele tem algum escondido em algum lugar, caramba, porque ele antes de dava de graça.)
O estágio seguinte é você esquelética e tremendo em um canto, sabendo apenas que venderia sua alma e roubaria seus vizinhos só pra ter aquela coisa mais uma vez que fosse.
Enquanto isso, o objeto da sua adoração agora sente repulsa de você. Ele olha para você como se você fosse alguém que ele nunca viu antes, muito menos alguém que um dia amou com grande paixão. A ironia é que você não pode culpá-lo. Quero dizer, olhe bem pra você. Você está um caco, irreconhecível aos seus próprios olhos.
Então é isso. Você agora chegou ao ponto final da obscessão amorosa - a completa e implacável desvalorização de si mesma.
Patético.
Mas real.]
terça-feira, 14 de abril de 2009
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