"(uma carta aberta aos que sobreviveram até aqui: nada é permanente)
por isso a vida nos concedeu a metáfora das estações do ano. elas se reciclam e a primavera ascende para que aprendamos a, assim como ela, nos deixar cortar. "deixo-me cortar para voltar sempre inteira e serena".
nada é permanente.
quando a dor do fim ameaçar a sua sanidade mental. quando a dor do fim voar no seu pescoço e te propor um diálogo com a loucura. quando a dor do fim jogar no seu rosto todas as dúvidas e incertezas do que virá depois. quando a dor do fim quiser pular em você e te agredir. lembre-se, lembre-se, lembre-se: nada é permanente.
e tudo te diz isso: os dias morrem e renascem. as flores nascem e morrem e nascem de novo. os anos, as semanas, os meses sem perdão, as dívidas, os cortes, a quebra: nada é permanente.
a ferida cicatriza. a angústia vira calma. o abandono transforma a dor em resiliência. as energias se renovam. quem te diz isso é a vida.
nada é permanente. hoje é sábado, o ontem não volta mais. quem você perdeu, quem você amou, todas as suas feridas: tudo muda, se regenera, se transforma.
a vida são ciclos, montanhas, caminhos que percorremos ora gritando, ora dando gargalhadas. faz parte. o ponto é o que você faz com todas as vezes que pensa em desistir. às vezes, desistir de um dia é até necessário. mas de viver não, de viver não.
nada é permanente.
porque assim como as primaveras, as dores se vão quando menos esperamos. quando menos se espera, a ferida cicatrizou, você não enlouqueceu, o sol está lá fora outra vez.
e tem as flores dos jardins da cidade.
e tem os dias que se renovam.
e tem suas células sendo revestidas de amor.
e tem o amanhã. e o depois de manhã. e o ano que vem. e todos os anos, momentos e estações que ainda podem ser incríveis. e que serão incríveis.
nada é permanente."
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terça-feira, 17 de janeiro de 2017
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