"a vontade era correr mais do que as pernas aguentassem. Mas era sempre uma corrida pra frente e outra pra trás... curiosa e coincidentemente essa prática física se chama suicídio.
De fato era isso: eu não saia do lugar e gastava toda a minha energia.
Não tem fôlego que aguente.
Meus pés doíam, meus joelhos doíam, mas, sobretudo, meu coração doía.
Por constrangimento, e talvez até contra a minha vontade, eu fui dando um passinho de cada vez. No começo parecia irrelevante. Olhei pra trás muitas vezes. Eu achei que não ia conseguir me afastar nunca. Mas um passinho de cada vez e, de repente, veja só, não tem como voltar mais.
Eu ainda olho pra trás, mas míope e astigmata que sou, dos olhos e do coração, só enxergo um borrão pequeno e escuro, no fim de um caminho tortuoso, onde eu não caibo mais.
Não que eu conheça a estrada daqui pra frente, nem que eu espere que seja um caminho fácil.
Mas, se algum dia teve, hoje não tem nada pra mim lá atrás.
Sigamos."
[Lohanye Garcia]
domingo, 24 de julho de 2016
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