"O que sobra é feito um cômodo dentro da gente, cheio de móveis e
objetos valiosos, porém trancado. E estamos sempre no
corredor, olhando para a porta fechada. Sentimos saudades do que está
ali dentro, mas não podemos nem temos como entrar. Como disse um grego que
viveu e amou há 2.500 anos: não somos mais aquelas pessoas nem é mais o
mesmo aquele rio.
Uma vez vi um filme, não me lembro qual, em que um sujeito
declarava: “Se duas pessoas que um dia se amaram não puderem ser amigas,
então o mundo é um lugar muito triste”.
O mundo é um lugar triste, mas
não porque ex-amantes não podem ser amigos: sim porque o passado não
pode ser recuperado. Eis a verdade banal que descobrimos, frustrados, ao
fim de cada encontro: toda memória é um luto pelo que vamos deixando
para trás."
[antonio prata - folha de s p - ex]
sábado, 30 de março de 2013
quinta-feira, 28 de março de 2013
Da prisão
''(E o que mais dói) é viver num corpo
que é um sepulcro que nos aprisiona (segundo Platão) do mesmo modo como a
concha aprisiona a ostra.''
[Frida Kahlo]
[Frida Kahlo]
quarta-feira, 27 de março de 2013
Do espaço
I will shape myself into your pocket
Invisible
Do what you want
Do what you want
Invisible
Do what you want
Do what you want
I will shrink and I will disappear
I will slip into the groove and cut me off
And cut me off
I will slip into the groove and cut me off
And cut me off
There's an empty space inside my heart
Where the weeds take root
And now I'll set you free
I'll set you free
Where the weeds take root
And now I'll set you free
I'll set you free
Slowly we unfurl
As lotus flowers
'Cos all I want is the moon upon a stick
Just to see what if
Just to see what is
I can't kick your habit
Just to fill your fast ballooning head
Listen to your heart
As lotus flowers
'Cos all I want is the moon upon a stick
Just to see what if
Just to see what is
I can't kick your habit
Just to fill your fast ballooning head
Listen to your heart
We will shrink and we'll be quiet as mice
And while the cat is away
Do what we want
Do what we want
And while the cat is away
Do what we want
Do what we want
There's an empty space inside my heart
Where the weeds take root
So now I'll set you free
I'll set you free
Where the weeds take root
So now I'll set you free
I'll set you free
'Cos all I want is the moon upon a stick
Just to see what if
Just to see what is
The bird lights float into my room
Just to see what if
Just to see what is
The bird lights float into my room
Slowly we unfurl
As lotus flowers
'Cos all I want is the moon upon a stick
I dance around the pit
The darkness is beneath
I can't kick your habit
Just to feed your fast ballooning head
Listen to your
As lotus flowers
'Cos all I want is the moon upon a stick
I dance around the pit
The darkness is beneath
I can't kick your habit
Just to feed your fast ballooning head
Listen to your
[Radiohead - Lotus flower]
segunda-feira, 25 de março de 2013
Ironia do destino
Sim, Black.
Sim, it´s over.
Sem tequila, sem carta, sem nada. Passando reto.
E o troco ainda virá.
Aguarde...
Thanks, Claudia!
quarta-feira, 20 de março de 2013
Do tempo
"Chega um tempo em que não se diz mais: meu
Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos
edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação."
[Carlos Drummond de Andrade]
terça-feira, 19 de março de 2013
sexta-feira, 15 de março de 2013
Do desejo
“Pense no que desejar”, comandava à fantasia, “não precisa ter medo de mim. Pode voar no mais alto céu ou cair no mais fundo abismo, pois, na essência, são a mesma coisa: desejo”.
[Isaac B. Singer, Amor e Exílio: Memórias]
[Isaac B. Singer, Amor e Exílio: Memórias]
sábado, 9 de março de 2013
Do turbilhão
"Tentou se saciar como um louco, mas pela sede que ficou, percebeu que foi pouco.
Num turbilhão, pensou na línguas que se tocavam, nos pelos na nuca trêmula, na respiração.
Difícil renúncia.
O óbvio que se fez de rogado, hoje lateja na carne e na mente insana.
De solidão, emudeceu, sem explicações.
Tentando se livrar do martírio das ações, ou da ausência delas, mais uma vez emudeceu diante do momento desregrado. Naquele lugar, nada o pertencia, só um amor inerente.
Então, pediu que tirassem o seu retrato. Pediu que fizessem um registro das suas formas, do seu rosto inerte e dos raios de felicidade que ainda continham nele.
Queria esse registro.
Era preciso estancar a luz que ainda tinha em seus olhos, sem maquiagem nem verbos. Congelou o sorriso. E a carne do lábio insistia em tremer.
Cada vez mais convencido da imagem que via, o intelecto não resolveu a questão.
Como não sentir o chão se abrir como um pesadelo? Não negava a rejeição, mas também não sucumbia aos olhares alheios, viris, pelejantes.
E, assim, procurou os seus vários eus, ficou nu de vaidade, cheio de flashes. Perdidos como um dia de cão.
Suados, a cada movimento.
Sóbrios, como um velho sentimento.
E o amor? Vive a morrer… De amor."
[Turbilhão - Tita de Paula]
Num turbilhão, pensou na línguas que se tocavam, nos pelos na nuca trêmula, na respiração.
Difícil renúncia.
O óbvio que se fez de rogado, hoje lateja na carne e na mente insana.
De solidão, emudeceu, sem explicações.
Tentando se livrar do martírio das ações, ou da ausência delas, mais uma vez emudeceu diante do momento desregrado. Naquele lugar, nada o pertencia, só um amor inerente.
Então, pediu que tirassem o seu retrato. Pediu que fizessem um registro das suas formas, do seu rosto inerte e dos raios de felicidade que ainda continham nele.
Queria esse registro.
Era preciso estancar a luz que ainda tinha em seus olhos, sem maquiagem nem verbos. Congelou o sorriso. E a carne do lábio insistia em tremer.
Cada vez mais convencido da imagem que via, o intelecto não resolveu a questão.
Como não sentir o chão se abrir como um pesadelo? Não negava a rejeição, mas também não sucumbia aos olhares alheios, viris, pelejantes.
E, assim, procurou os seus vários eus, ficou nu de vaidade, cheio de flashes. Perdidos como um dia de cão.
Suados, a cada movimento.
Sóbrios, como um velho sentimento.
E o amor? Vive a morrer… De amor."
[Turbilhão - Tita de Paula]
quarta-feira, 6 de março de 2013
Do fruto maduro
"Tudo nos falta quando estamos em falta conosco mesmos."
.
"As flores da vida são aparições fugídias. Quantas delas se estiolam sem deixar vestígios! Quão poucas produzem frutos e ainda assim, desses frutos, quãos poucos chegam à maturidade! E, no entanto, ainda sobram muitos; e, no entanto... ó meu irmão, poderemos nós desprezar os frutos maduros e deixar que apodreçam sem havê-los saboreado?"
.
[Os sofrimentos do jovem Werther - Goethe]
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"As flores da vida são aparições fugídias. Quantas delas se estiolam sem deixar vestígios! Quão poucas produzem frutos e ainda assim, desses frutos, quãos poucos chegam à maturidade! E, no entanto, ainda sobram muitos; e, no entanto... ó meu irmão, poderemos nós desprezar os frutos maduros e deixar que apodreçam sem havê-los saboreado?"
.
[Os sofrimentos do jovem Werther - Goethe]
domingo, 3 de março de 2013
Do álbum
"Teria gostado de te conhecer
quando tinhas aquele gesto
da fotografia
e ainda faltávamos nós
no álbum.
Sabes,
ter-me-ias enamorado."
[Antonio Silvera]
quando tinhas aquele gesto
da fotografia
e ainda faltávamos nós
no álbum.
Sabes,
ter-me-ias enamorado."
[Antonio Silvera]
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